quinta-feira, junho 30, 2005

 

A excursao

As duas semanas em Barcelona, pus-me a marchar para uma excursão de Erasmus para a zona de Figueres. A partida foi sábado ás nove da manhã. Durmi para ai uma hora, assim que cheguei lá todo azambuado da cabeça. Ao todo eramos cerca de cento e dez pessoas, todas provenientes de varias partes do mundo. Durante toda a manhã e parte da tarde não consegui falar com ninguém, um bocado por timidez. Estava ali sozinho no meio daquele povo todo, todos com o seu grupinho enquanto eu... . A primeira paragem foi em La Tossa uma pequena vila junto á costa com uma muralha e uma pequena praia. Ficamos ai até ás duas da tarde. Arrancámos depois até Figueres, onde fomos visitar o museu Dali. Devo confessar que não aprecio muito o Dali mas foi bom pelo menos para me enriquecer culturalmente. Andei pelo museu a vaguear sem prestar muita atenção ás valiosissimas obras que la se encontravam. O que mais me chamou a atenção foi um corredor que tinha apenas desenhos a lápis do Dali. Como a visita foi curta tive ainda tempo para passear na zona histórica de Figueres mas como não tinha nada de especial para ver decidi sentar-me numa esplanada e sorver uma estrella daumm, que é a cerveja cá do burgo. Aí sentado assisti a uma cena conjugal burlesca onde o marido de repente dá um murro na perna da mulher. Acho que fui o unico no meio daquela praça cheia de gente a assistir á cena em directo e a cores. Depois de beber a cerveja, achei melhor bater uma mini sorna nas escadas do ayuntamento. Acordei estava quase na hora de saida mudei os meus ossos para um banco junto ao autocarro. Estava aí deitado quando me vem ao nariz o agradavel aroma á ganza. Aproximei-me e pedi educadamente se podia mandar uns bafos, em castelhano obviamente. Assim travei conhecimento com dois alemães de Nuremberga e um frances de nome Marcel. No autocarro sentei-me ao lado de uma bonita belga de cabelos louros ondulados e olhos azuis chamada Marie e proveniente de La Mur, a capital da parte francesa da belgica. Passados cerca de quinze minutos chegamos ao sitio onde íamos pernoitar que era uma casa de colonias. Ficava num sitio bastante isolado pois para la chegarmos tivemos que sair da estrada principal e andar por uma estrada de terra durante ai uns dez minutos. A casa de colonias era
composta por duas casas, uma com os dormitorios e as casas de banho e a outra com o refeitorio. Junto á casa com os quartos estava a piscina Os quartos eram compostos por varios beliches. Eu de tão cansado que estava fiquei logo no primeiro quarto que me apareceu á frente. No meu quarto ficaram quatro italianos, tres portuguesas, duas alemãs e uma hungara. Tentei dormir um bocado antes de jantar mas não consegui. Fui para o jantar parecia um zombie tal o tamanho das minhas olheiras. No jantar os penalties sucediam-se a um ritmo alucinante sempre com os italianos a fazerem um chavascal impressionante. Eu apenas conseguia assistir á festa sem participar nela tal era a minha moca de sono. Troquei umas palavras com uma italiana e pouco mais. Sai cá para fora sem saber se estava bebado ou não. Sentei-me calmamente num banco junto á entrada a ver o desfile de bebedeiras internacionais que ali se desenrolava. As italianas pareciam possuidas pelo demonio tal era o seu nivel de agitação. Uma francesa de rastas veio ter comigo a perguntar se eu tinha mortalhas e começou a falar comigo. Já não me lembro como é que se chamava mas foi simpatica pois quando soube que eu estava ali sozinho convidou-me para ficar com o grupo dela que era composto pela Elise, pelo Pierre, pela Claire e pela Isabel, pelo Marcel e pelos dois alemães com quem eu tinha fumado a broa. Tivemos todos no paleio, até que eu tive a brilhante ideia de fumarmos mais uma. O alemão logo acedeu. De seguida começou a festa. Logo de entrada conheci um italiano rabeta que tinha um amigo em Coimbra, depois uma inglesa que jogava netball, depois o alemão Filip, depois o tuga ricardo que estuda em Aveiro também como eu, depois a Leonor de Lisboa em que a familia só bebe aguardente depois tres colombianas, depois mais uma italiana etc, etc, etc... . Houve depois um jogo. Os rapazes tinham um cartão com um numero, as raparigas tinham outro cartão com outro numero e tinamos qu andar por la a perguntar as chavalas se elas tinham o nosso numero no cartão delas. Se tivessem tinham que nos dar um beijo. E la andei eu com uma bezana descomunal a jogar. Houve uma alemã disfarçada de italiana que me começou a enrolar a cabeça a dizer que a mãe era das africas e o pai era da conchichina e eu como não estava a perceber muito bem o que se estava a passar decidi encosta-la a parede e dar-lhe um beijo na boca, ao que ela me respondeu meio atordoada a dizer que estava a ser ironica e se eu não sabia o que era ser ironico bla, bla bla. O que e certo e que ela não ofereceu grande resistencia quando a beijei. E assim continuou a noite, a falar com este, a tripar com aquela até que chegou a hora em que berrei e me fui deitar.

quarta-feira, junho 29, 2005

 

A história de Eva

Conheci pela primeira vez Eva duas semanas depois de chegar aqui. Conhecia-a mas apenas de vista. Era uma das 110 pessoas que tinha acorrido á excursao de erasmus a Figueres. Nao sei por que, mas caiu-me no goto. Apesar de o seu beliche ser mesmo por baixo do meu nao falei com ela durante todo o fim de semana. Encontrei-a uma semana depois no extravagante jantar de 300 pessoas dos erasmus da universidade autónoma. Quis o destino, que pelas suas inescrutáveis ironias, que Eva se sentasse mesmo ao meu lado no jantar. Depois de uns copos de sangria a inibiçao cai um pouco e comecei a falar com ela. Soube por fim que era Hungara, que estudava Direito e que só ia estar um semestre aqui. Era uma hungara pouco habitual, pois era mais morena do que eu. Depois do jantar um pequeno grupo juntou-se numa mesa. Entre os presentes estavam um angolano, algumas holandesas, uma islandesa, tres portugueses, uma hungara e um brasileiro que aparecia de quando em vez. Depois do jantar fomos á disco onde, bebado que nem um cacho, curti com Eva. Saimos da disco, ainda fomos a casa de uma belga para um after hours de mais bebida e alguma marijuana.
Quando saimos dai havia o longo caminho de Ferrocarril a percorrer até Sant Quirze. Eva sairia duas paragens antes de mim. Durante toda a viagem Eva dormiu enquanto eu imaginava, de pau feito, apenas a olhar para o ligeiro decote da sua saia que deixava entreaberta um pouco o perfil das suas coxas. Quando chegámos á sua paragem perguntei-lhe sem convicçao se queria ir até minha casa. Respondeu-me que nao, cheia de sono, enquanto agarrava na minha mao. Quando as portas do Ferrocarril se abriram, soltou lentamente a sua mao da minha e saiu sem olhar para trás. Eu fiquei paralisado de estupidez. Porque nao sai com ela? ainda hoje me pergunto isso.
O segundo capitulo ocorreu na mesma discoteca algum tempo depois. A situaçao repetiu-se só que desta feita veio um peruano gigante conosco. Quando chegou á paragem saiu com ele, pois moravam ambos nas residencias. Uma vez mais fiquei a jogar bilhar de bolso.Como recordaçao, fiquei como o gancho do cabelo dela.
 

E Prontos

E prontos, o que é bom acaba sempre, como diz o povo. Depois de nove meses fora da pátria mae, segunda-feira regresso com o coraçao inundado de saudades. Devo confessar que estar fora do ambiente habitual de vivencia tanto tempo, multiplica por mil a vontade de regressar. Sinto-me agora como aqueles emigrantes que passam o ano todo num pais diferente e quando regressam nas fèrias querem que o tempo pare indefinidamente para assim nao terem de regressar aos paises de trabalho.
Seis meses seguidos fora, pode ser uma eternidade se nao se estiver a gosto. No meu caso foram os ultimos dois meses. Vários episódios que ocorreram durante este periodo ensombraram a minha " experiencia " erasmus, ao ponto de aumentar exponencialmente a minha vontade de regressar. Nao è que, estes acontecimentos nao se passassem em Portugal, mas pelo menos ai teria algum respaldo por parte da minha familia e amigos que me ajudaria a superar essas agruras bastante melhor.
Mas nem tudo foram tristezas, muito pelo contrário. Durante estes nove meses houve vários momentos que quase roçaram o " mágico ". A maior parte deles foram sem sombra de duvidas unicos.
Durante estes ultimos dias procurarei contar neste blog, algumas das milhares de histórias que ficaram por contar. A ver se assim o tempo passa rápido até ao meu regresso...

terça-feira, junho 21, 2005

 

Personagem do dia de ontem

Estava eu, o Joao e a Ana, tranquilamente sentados numa esplanada em Sant Cugat Dels Vallés, quando um individuo tocador de flauta, que estava carregado de sacos de compra nos pergunta se temos cigarros. Após esse acto curriqueiro comeÇa-nos a mostrar o que tinha dentro dos sacos que basicamente eram artigos alimenticios. Pergunto-lhe se tinha comprado aquilo com o dinheiro que fez a tocar o pifaro, ao que ele nos responde com a maior naturalidade do mundo. " Que dices tio!, lo robei "
 

Personagem do dia

Estava eu descansadamente sentado no autocarro que me levaria á universidade, quando de repente, um individuo, que pelo seu semblante e a sua tez morena, deveria ser de origem mexicana me aborda para fazer a seguinte pergunta. " Esto de la Gasolina Biodiesel, sabes lo que lleva? ", ao que eu educadamente lhe respondi que nao.

quinta-feira, junho 16, 2005

 

Personagem do dia

A personagem do dia de ontem foi um tunisino de nome Sidibie. Surgiu quando estava á espera do Luis em frente ao Café Zurik. Apareceu do metro e a primeira coisa que me perguntou, nao me conhecendo de lado nenhum, foi, se eu era magrebi. Respondi-lhe que nao, que era portugues, ao que ele retorquiu divertido com o belo do fodasse caralho, palavras essenciais para qualquer aprendiz de português.
Conversa para aqui, conversa para ali, fiquei a saber que vendeu o carro para ir ás putas e que estava á treze anos em Barcelona, coisa que me custava um bocado a acreditar porque falava espanhol bastante mal. Perguntei-lhe se tinha ganza para vender, ao que ele me respondeu que sim e se eu lhe podia comprar uma cerveja. Disse-me que se eu quisesse cocaina, para estar descansado, que como eu era portugues me vendia uma grama( ou meia, já nao me lembro ) a 50 Euros. Cocaina, que além das putas, era outra das suas grandes paixoes. Quando estava a falar comigo devia estar sobre o efeito de uma snifadela, pois todas as mulheres que passavam num raio de dez metros onde estávamos eram abordadas descaradamente por Sidibie.

sábado, junho 11, 2005

 

Que cena do coiso

Ontei á noite, apanhei provavelmente a maior borracheira desde que cheguei aqui. Se a qualidade deste escrito nao for a melhor é devido a que hoje possuo uma névoa gigante na minha cabeça que me impede de pensar convenientemente.
Mas vamos aos factos. Depois de ir á praia tomar um banhinho nas águas cálidas do mediterrâneo, eu, o Piere, a Mar e a Georgina fomos almoçar á champanharia onde emborcámos duas garrfas de espumante rosé que nos deixaram meios toinos da cabeça. Em casa do Piere, eu e ele deitámos abaixo uma garrafa de litro de xibeca, enquanto jogávamos ao Pro evolution. Fui para casa e nas duas horas que ai estive consegui nao beber nada. A noite foi o que foi. Em meia hora bebi duas cervejas pakianas e três shots. O resto da noite passei-a na praia onde havia uma festa a emborcar oresto da bebida que havia e a falar com o povo que incluia um russo do Cska de moscovo, tres galegas, uma mexicana, dezavinte italianos, dois franceses, um argelino que falva italiano...

domingo, maio 29, 2005

 

Samba da Baia

Ontem á tarde houve em montjuic o Carnaval de Verao. Os artistas convidados foram o Carlinhos Brown e a Daniela Mercury. A quantidade de pessoal que estava na rua era impressionante. O hit da tarde foi sem duvida a famosa musica do Samba da Baia. Esta musica foi tocada ate a exaustao.
O problema deste Carnaval foi só um. E que as espanholas nao sabem dançar o Samba, como as brasileiras. Pareciam que estavam a dançar o Baila morena ou outra chachada espanhola.
Quando estava a ir para casa, ocorreu que em Poble Sec me veio um cheiro a sardinha ao nariz abundante. Fui investigar e estavam a assa-las, tipo festa popular. Melhor de tudo é que eram á borla.

segunda-feira, maio 23, 2005

 

Viva o Benfas

Depois do histórico titulo alcançado pelo Benfica aqui ficam as declaraçoes dessa grand Bandeira do Benfiquismo actual, O ex-treinador e jogador Toni

«A família benfiquista está de parabéns. Todos os que contribuíram para a felicidade da nação benfiquista. Este título é merecido, pela capacidade de amor que todos mostraram para com os milhões de adeptos espalhado pelo mundo»

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